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        Coleção Estou Refugiado: Histórias reais de mulheres em situação de refúgio no Brasil: Afeganistão, Moçambique, Venezuela, Ucrânia.

        Coleção Estou Refugiado: Histórias reais de mulheres em situação de refúgio no Brasil: Afeganistão, Moçambique, Venezuela, Ucrânia.

        A Coleção Estou Refugiado traz os relatos de pessoas em situação de refúgio no Brasil; mostramos a diversidade nos olhares a partir do ponto de vista cultural de suas nacionalidades. São indivíduos que passam por várias situações de perda de direitos até decidirem sair de seus países.  As histórias são reais e mostram a percepção desses indivíduos no desenrolar de suas próprias jornadas: alegrias, temores, cotidiano.   

        O primeiro volume conta a história de quatro mulheres de continentes diferentes: Ásia, África, América e Europa. As mulheres são um grupo de extrema vulnerabilidade. Os caminhos percorridos revelam os perigos na busca pelo refúgio. Estão expostas à violência sexual, física e psicológica, principalmente a exploração sexual por organizações criminosas, ou mesmo por indivíduos dos próprios grupos sociais. Outro fator de deslocamento forçado, além, obviamente, da guerra, é a discriminação étnica, religiosa e física. Muitas vezes, a identidade de gênero e a origem social podem colaborar para saída do país de origem.

        Escolhemos contar as histórias dessas mulheres para que esses relatos impactantes sejam escutados. A maioria dos refugiados fazem percursos terrestres, que, para elas, são muito perigosos. Passam pelas fronteiras em busca de proteção e dignidade, direitos que todos deveriam ter assegurados. Apesar de termos proteções pela constituição e por tratados internacionais, os direitos humanos ainda estão sendo descumpridos.     

        “Antes da queda de Cabul, ainda tínhamos um pouco de esperança de que talvez nem tudo estivesse perdido. Mas a fuga do presidente Ashraf Ghani, em 15 de agosto de 2021, e a queda de Cabul foram o fim de todas as esperanças. Aquele foi um dos dias mais trágicos da história do nosso país, todos os que estavam em Cabul naquele dia sentiram-se quebrando por dentro”.

        Mahboba Rezayi – Afeganistão (pág. 49-50). 

        “Naquele já distante 1981, a URSS era o maior país do mundo, geograficamente falando, mas também na cabeça de seus cidadãos…

        Quanto a mim, nasci em uma família soviética comum, em Mironovskiy, um povoado relativamente pequeno, mas muito bonito, que fica na região de Donetsk, a leste do que era chamado, na época, República Socialista Soviética da Ucrânia. Meu pai trabalhava como empreiteiro a serviço de uma grande indústria de construção. Minha mãe era assistente na área médica. Eles viviam como típicos cidadãos soviéticos”. 

        Natalia Moroz – Ucrânia (pág. 84).

        “Bom, todo início começa com um fim, e o meu foi quando deixei, com muita dor no coração, Maputo, em Moçambique (no calcanhar da África), há 9 anos. Eu sei, pode rir, o nome da minha cidade de nascença parece um palavrão, mas eu vou te contar um pouco sobre ela, porque, afinal, é onde rolaram alguns dos melhores e piores momentos da minha vida. É onde me esbaldei brincando com meus primos na infância, comi muito caril de amendoim preparado pela minha avó, ganhei partidas de futebol; mas também é uma cidade com um povo muito machista e onde sofri todos os preconceitos, humilhações e desrespeitos que você pode imaginar”.  

        Lara Lopes – Moçambique (pág. 121)

        “Quando conseguiu se acalmar, percebeu que a única solução seria migrar. Começou a pensar em possíveis destinos. As duas opções mais próximas eram Colômbia e Brasil. No primeiro caso, o mesmo idioma e uma cultura mais parecida com a dela poderiam ser facilitadores, mas de Pariaguán para lá seriam quase dois dias de estrada, e ela não tinha como pagar o custo da viagem. O Brasil era mais perto, mas por outro lado tinha uma língua diferente e uma dimensão territorial que a assustava”.  

        Francis Salazar – Venezuela (pág. 194)